Um mundo sem compromissos

OBS.: O texto abaixo foi desenvolvido sem o intuito de julgar X, Y ou Z, apenas mostrar meu ponto de vista com relação ao assunto.

Gostaria de compartilhar algo que acontece muito hoje em dia. Tenho ouvido muito as pessoas, tanto homens quanto mulheres, dizerem assim: “Não quero namorar no momento, não estou nessa fase neste exato momento”. E por inúmeras razões. Ok. Isso é algo cada vez mais comum. Mas será que já paramos para pensar se o universo tem consciência disso? O que quero dizer é o seguinte: se realmente a vida faz sentido e tudo que acontece conosco faz algum sentido, e se determinadas coisas ocorrem por estarem determinadas pelo universo, por Deus, força maior, o que seja, será que o universo, quando envia alguém "legal" pra você, está preocupado se você está no momento de namorar ou não?

Será que ele pensa: “Ah, fulana não quer namorar no momento, vou reservar essa pessoa para aparecer na vida dela depois, quando ela estiver afim”. Bom, sinceramente, a minha crença é de que o universo não espera nada quando envia alguma oportunidade para as pessoas, seja profissional, amorosa, financeira, intelectual, enfim, ele simplesmente vai enviando as coisas para nós, e cabe a nós ter a consciência de que aquilo é uma oportunidade e aproveitar. Objetivamente falando, o universo não quer nem saber se você está “no momento” de namorar ou não, ele faz você conhecer pessoas, e de repente no meio disso tudo aparece alguém que pode nos fazer muito feliz. Só que aí estamos naquele momento de “não compromisso”, e deixamos passar. Já reparou que às vezes estamos em um momento super “desapegado” e conhecemos alguém super legal? Pois é, aí deixamos passar, porque não estamos no momento. É claro que o universo pode enviar outras inúmeras oportunidades, algumas até melhores, mas também pode ser que não envie mais, ou que não sejam iguais a essa. E ainda que não se acredite nessa história de universo, às vezes, por acaso, conhecemos pessoas que percebemos serem diferentes, "notáveis".

Esse assunto me faz cair em outro ponto importantíssimo também. O mundo não quer mais compromissos. São raras as pessoas que você conhece que não se “assustam” quando tocamos na palavra “compromisso”. Por que tanta aversão a uma coisa tão agradável? Hoje existe algo chamado “sexo casual”. As pessoas se apegaram a isso de tal forma, que a grande e esmagadora maioria adora fazer um sexo casual, sem compromisso. Isso é corriqueiro hoje, absolutamente normal. A galera se acomodou nisso. Mas também tem seu lado ruim. Devido a essa facilidade do sexo casual, perdeu-se o interesse pelo compromisso. Virou algo chato, uma prisão, sei lá, algo negativo. Os papéis se inverteram. Hoje se imagina o casamento como um fracasso, como se em 20 anos de casada você se imaginasse brigando com o marido, quebrando o pau, praticamente odiando seu cônjuge; e o não compromisso é visto como um sentimento de liberdade, de seguir os instintos, de viver a vida intensamente, aproveitar oportunidades, curtir. Veja só como as coisas estão completamente invertidas.

O ser humano que segue seus instintos (desejos) pensa que é livre, mas na verdade é um total escravo deles. Segue seus desejos a todo custo, não raciocina muito, perde a consciência, consegue muito prazer, prazer no extremo, mas também quando sente dor... É um abismo. E assim caminha a humanidade. Querem ser livres, fazer o que querem fazer, curtir, mas na verdade são escravas dos seus próprios desejos, se não os realizam, ficam tristes. E a pessoa que assume um compromisso é vista como escrava, mas na verdade é uma pessoa livre que domina seus desejos, pois teve a consciência de enxergar uma oportunidade, aproveitou, e renunciou os desejos da carne em nome do livre arbítrio de estar com alguém que possa fazê-la muito feliz.

Uma grande parte da culpa disso tudo é superficialidade das relações. E a tecnologia está muito relacionada a isso. Com as redes sociais e Whats App, as relações entre os seres humanos se tornaram muito “por cima”, muito rasas. Já reparou? Uma pessoa hoje tem mil amigos, e se relaciona superficialmente com todos eles! Gente, isso é um absurdo, jamais vou me conformar com isso. Cadê as relações profundas, vínculos importantes, poucos, porém eternos, duradouros? O ser humano não consegue mais nem se relacionar profundamente consigo, quanto mais com o próximo. Enquanto continuarmos vazios por dentro, continuaremos vazios por fora. E com o mundo todo ao nosso redor.

É por essas e outras que vivo dizendo que o mundo está do avesso. Mas sempre gosto de terminar esse assunto com uma mensagem positiva, muito positiva. Ainda existem pessoas diferentes disso. Ainda existem pessoas que cultivam valores, virtudes, princípios, e que destoam dessa bagunça toda. Ainda existem pessoas que assumem o compromisso de andar no fluxo contrário.

PS.: A imagem não tem nada a ver com o assunto, mas escolhi essa para fazer um contraste com o texto.

Obrigada!