Primavera - Por Sandro Botticelli.
A Primavera. Um painel de 203 por 314 cm pintado a óleo e têmpera, depositado na Galleria degli Uffici de Florença, Itália, pintado em 1477 por Sandro Botticelli, e que significa “O Nascimento de Vênus”.
Um quadro dividido em dois lados, com o centro ocupado pela Vênus-Mãe, ou Deusa do Amor. Começando da direita para a esquerda, observamos a representação azulada do vento Zéfiro que tenta agarrar a Ninfa Clóris, a qual, capturada, emite flores, e sob esta nova energia transforma-se em Flora. Zéfiro seria o Karma que empurra inexoravelmente a Alma para o mundo manifestado, representado pelo bosque-jardim. Clóris seria o símbolo da Alma pura, mas também do frio do Inverno. A semente estaria presa na terra invernal como a Alma no corpo material.
A Primavera é Floris. É a mesma alma, mas já florescida, cujas flores enchem suas mãos. É a Alma humana que desperta para o Mundo Espiritual.
Na segunda metade do quadro, vemos as Três Graças abençoadas por Vênus, a Deidade do Amor, o eixo de tudo. A Graça da direita é a Beleza; a do centro, a Castidade, e a da esquerda, a Voluptuosidade. Voluptuosidade e Castidade estão unidas à Beleza, no sentido platônico da Estética como uma forma da Felicidade, da qual outra forma é a Ética. Na pintura, Voluptas olha só para a Beleza, pois em tudo o que é belo, há uma forma de prazer, e é uma das possibilidades que Vênus dá à Alma-Primavera.
A Castidade é igualmente bela, mas do céu, no centro, um Eros cego aponta-lhe uma flecha incendiária. Eros é a Grande Força que fez com que tudo começasse a se mover. Inflamada por esta Força de Amor, a Castidade vira as costas ao mundo e dirige seu olhar para o Deus Hermes-Mercúrio, Mestre de Sabedoria, conhecedor das coisas Misteriosas. Subtende-se que a Alma Florida ou Primavera desprezará a Voluptuosidade e escolherá a Castidade, que a conduzirá à morte da manifestação, à Grande Sabedoria, chamado Nirvana, no Oriente.