Para todos os meus amigos que vivem eternamente em um relacionamento sério com a música.

Engraçado. Estava assistindo um pequeno trecho da novela das 8 da Rede Globo, alguns minutos antes de ir pra academia, e vi uma cena que me deixou mal, pra baixo. Não vou descrever a cena aqui, porque nem valer a pena vale, mas era algo que acontece muito nesse mundo completamente perdido em que estamos, algo que virou “corriqueiro”, “normal”, “banal”, enfim, todos fazem, menos aqueles que ainda tem consciência. E isso me deixou muito triste, porque ver o mundo caindo num abismo me machuca demais mesmo, sem exageros.

Voltando ao assunto. Fui pra academia meio cabisbaixa, quieta, cheguei lá e comecei a treinar. A música da rádio não era muito empolgante, e eu continuei ali treinando, com uma carinha que não tem muito a ver comigo. De repente, o dono da academia trocou a rádio e colocou na Jovem Pan. Estava tocando No Way No, da banda Magic!. Música comercial, chiclete. Mas o que me deixou impressionada foi a minha reação. De repente, dei um pulo e comecei a cantar, levantei as mãos, joguei-as para um lado, para o outro, parecia que eu tinha tomado uma injeção de endorfina ou de anti-depressivo. É aí onde quero chegar.

Algumas pessoas (nem todas) possuem uma relação especial com a música. E nem todos são necessariamente músicos. Aliás, existem pessoas que vivem profissionalmente de música e nem essa relação com ela tem. Afinal de contas, música hoje é sinônimo de show business. Grande parte das pessoas sonham com a fama, o dinheiro, mulheres, homens, viagens, status, prestígios, e tudo que a música traz quando você se torna famoso com ela (local ou nacionalmente), do que com a música em si. Muitas que se inscrevem em reality shows musicais, arriscaria dizer até a maioria, estão mais sonhando com a fama do que com a música. São poucas as pessoas que carregam a música na essência, na alma. E podem ser profissionais, ou não.

Todo ser humano tem uma essência, e algo que leva dentro disso. Para que os carregam música, é como se ela fosse um combustível. Com ela, a vida anda. Sem ela, o carro fica parado, não tem força. É uma conexão meio difícil até de explicar em palavras, pra mim, por exemplo, ouvir ou cantar música é viajar para outro planeta, outra galáxia, é como se eu me desfizesse por inteiro e restasse apenas uma forma chamada essência. É o que realmente sobra tirando tudo que tenho por fora. Ela me faz chorar, sorrir, refletir, amar, contemplar, ter esperança em um mundo mais bonito, querer ser alguém melhor, seguir em frente, e, o mais legal e delicioso de tudo, me mostra quem eu realmente sou, por dentro, como se falasse assim: “Carol, olha como você é linda por dentro, olha isso que bonito!”. A música tem esse poder de externar o que os seres humanos tem de mais belo e nobre dentro de si, alguns deles nem fazem ideia disso.

Realmente, para as pessoas que tem uma relação especial com a música, ela é uma eterna “companheirinha”.  É por isso que nunca nos sentimos sozinhos, ela está sempre ali, juntinho, fazendo carinho, dando beijinho, fazendo amor, falando verdades, nos incentivando, nos inspirando, de mãos dadas, e olha que legal, podemos confiar nela pois ela não nos deixa! (risos)

Um grande beijo a todos os meus amigos, e a todos aqueles que vivem eternamente em um relacionamento sério e asburdamente maravilhoso com a música.