Cachorros: Os verdadeiros sábios na arte de amar
Vi algumas fotos de cachorros por esses dias e pensei: “Por que toda vez que vemos um cachorro nos vem aquela famosa expressão de “oouuuuun”? Por que os animais, em especial os cachorros, provocam essa reação de amor e carinho tão bonitas em nós?”. A resposta é bem simples. Ater-me-ei somente a cachorros neste texto, apesar de vários outros animais também provocarem essa mesma reação. É que os cachorros abrangem um número maior de pessoas, em termos de afeto.
Muitos seres humanos sentem um amor muito grande por cachorros. É comum vermos essas demonstrações de carinho no Face, alguns chegam a defender cachorros com unhas e dentes, e outros preferem até cachorros do que os próprios seres humanos. É difícil encontrarmos alguém que não goste e não se sinta conquistado por um cachorro, por mais que não tenha, ou que sinta medo de um. Existe também aquela famosa expressão de que o cachorro é o melhor amigo do homem.
O que nos difere dos cachorros? Sim, somos seres racionais, e eles irracionais. Nós pensamos e, eles, teoricamente, não. De fato, os cachorros não pensam, apesar de serem dotados de uma inteligência muito acentuada. Mas vejam só que paradoxo. Os cachorros, seres “menos” evoluídos que o homem em termos de pensamento, mostram ao homem algo que ele tem dentro de si, porém não pratica: o amor incondicional. Sim, é exatamente este o motivo pelo qual sentimos tanto amor por esses bichinhos. Eles sabem nos mostrar o que é o amor incondicional de fato, e nós admiramos isso neles.
As pessoas geralmente conseguem e sentem esse amor incondicional na relação mãe-filho, pai-filho, no entanto, em um mundo “perfeito”, digamos, o ideal seria sentir esse tipo de amor por qualquer outro ser humano, não só por pais ou filhos. O cachorro não distingue raça, sexo, status, posição social, grau de parentesco, justamente porque não pensa. Ele simplesmente ama, é a única coisa que sabe "fazer". Todas suas ações são traduzidas em amor. Ele não liga se você brigou com ele, ou se estava em um momento de raiva e gritou, ou se simplesmente deixou ele pra lá. Ele continua recebendo você em casa com a maior alegria do mundo. Um cachorro não liga se um mendigo não tem nada de interessante ou vantajoso para dar, ele continua lá fazendo companhia ao morador de rua até morrer.
O cachorro, em sua “simples” existência e evolução, é um exemplo de humanismo para o homem. É por isso que sentimos esse carinho tão grande por eles: porque, no fundo, refletem algo que, apesar de também termos dentro de nós, temos uma grande dificuldade de colocar em prática. Afinal de contas, pensa que é fácil brigar com alguém, respirar fundo, e depois de um tempo, esquecer e chegar com uma demonstração de carinho? Será que é fácil passar por cima de orgulho, interesses pessoais, egoísmo, raiva, e demonstrar um amor incondicional por qualquer ser humano? Pois é exatamente isso que o cachorro faz. O amor que nós conhecemos passa por um crivo chamado “pensamento”, e procura atender nossos interesses, nossas expectativas; o amor que o cachorro conhece não passa por crivo nenhum, é simplesmente dado para quem quiser receber.
Muitos me acham maluca, mas eu acredito sim que um dia o ser humano chegará nesse nível de evolução. E, quando chegar, poderemos agradecer os cachorros e os animais em geral pelos belos exemplos e ensinamentos de como construirmos um mundo melhor.
